Até sexta (15), reunião em Goiânia vai discutir importância desse bioma.
A relevância do cerrado para a biodiversidade nacional, no momento em que o país discute um novo Código Florestal, é o foco da 63ª reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada pela segunda vez – a primeira foi em 2002 – no campus da Universidade Federal de Goiânia (UFG), entre esta segunda (11) e sexta-feira (15).
“A ciência deve ser um instrumento de preservação e exploração sustentável do cerrado, nosso segundo maior bioma. Em breve, a água será uma commodity valiosa, e essa é a região com maior riqueza hídrica do Brasil, onde investe muito em grãos e pecuária. Também somos incentivados a produzir mais para evitar a fome prevista em 30 anos no mundo”, afirmou durante a abertura do evento, no domingo (10), a presidente eleita Helena Nader, que toma posse oficialmente na próxima quinta (14).
Segundo ela, os dois últimos temas propostos anualmente pela SBPC – mar e Amazônia – ganharam, depois do encontro, mais visibilidade em relação a suas preocupações e soluções, além de mais políticas públicas. “Estamos no cerrado e queremos falar sobre todos os seus aspectos, de provedor de alimentos, água e energia”, disse ao G1 a presidente, que também é biomédica formada pela Escola Paulista de Medicina.
O objetivo da SBPC, portanto, é situar o cerrado como mais do que um simples lugar geográfico, e sim como um celeiro de produção de alimentos e diversidade populacional, que precisa de novas fontes de investimento em ciência, tecnologia e inovação.
O ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, que também esteve presente na cerimônia, destacou que é fundamental haver um maior diálogo entre a agricultura e o meio ambiente. “Para aumentar os investimentos, devemos priorizar a ciência, a tecnologia, o meio ambiente e a educação na repartição dos recursos e royalties do pré-sal”, destacou.
Para o reitor da UFG, Edward Madureira, que também preside a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), é necessário equilibrar a produção de energia, as culturas de cana-de-açúcar, soja e milho, a pecuária e os mananciais. "Estamos no coração do Brasil, no berço das águas que irrigam o Pantanal e Amazônia e no bioma mais estratégico do país. A pesquisa sobre a biodiversidade do cerrado, que ainda é muito desconhecida, e a preservação dele passam por C&T”, ressaltou. Por isso, na opinião de Madureira, esse evento também tem uma importância política.
Segundo o prefeito Paulo Garcia (PT), que compareceu à solenidade, Goiânia tem 27 unidades de preservação ambiental. E, conforme afirmou na sequência o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), o cerrado concentra um terço da biodiversidade nacional, irriga seis das 12 regiões hidrográficas do Brasil e detém 5% da fauna e flora mundiais. Ele citou que o ritmo de devastação caiu para 0,37% ao ano, mas a área ainda é uma das mais ameaçadas do planeta.
Por: Luna D'Alama
Fonte: G1 – Ciência e Saúde
Nenhum comentário:
Postar um comentário