quinta-feira, 31 de março de 2011

Ave ameaçada de extinção recebe microchip em zoo da Indonésia

Dispositivo foi implantado sob a pele do animal. estima-se que só existam 100 aves da espécie na natureza


ave (Foto: Trisnadi/ AP)

Funcionarios de um zoologico em Surabay, na Indonesia, implantaram nesta quarta-feira (30) um microchip sob a pele de uma ave criticamente ameaçada de extinção na natureza. Estima-se que só existam cerca de 100 individuos da especie Leucopsar rothshildi vivendo em habitat natural. (Foto: Trisnadi / AP)


Fonte: Globo Natureza

quarta-feira, 30 de março de 2011

Rinoceronte negro, de espécie em risco, nasce em zoo nos EUA

Cria foi gerada no Zoológico de Saint Louis, no estado de Missouri. Filhote pesa 55 quilos e está em um local aquecido.

Rinoceronte bebê 1
Cria pesa 55 quilos e é mantido em um local aquecido (foto: Saint Louis Zoo)

Nasceu no Zoológico de Saint Louis, no estado de Missouri, nos Estados Unidos, um bebê rinoceronte negro, o que é considerado um acontecimento raro para esta espécie em perigo. O filhote, de 55 quilos, é um "pequeno macho bem alimentado e cercado de cuidados por sua mãe", segundo comunicado do estabelecimento divulgado nesta quarta-feira (26).

A mãe e o bebê, nascido no dia 14 de janeiro, estão num local aquecido e só poderão sair quando a temperatura estiver propícia.

Os rinocerontes negros quase foram extintos entre 1970 e 1992. Graças à luta contra a caça, sua população em estado selvagem, na África, passou de 2.300 indivíduos, em 1993, a 4.240, segundo a International Rhino Fundation.
O zoológico de Saint Louis faz parte das 37 instituições da América do Norte que tentam a reprodução de rinocerontes negros em cativeiro. Nenhum havia nascido nos últimos 20 anos. Agora, foi aberto o processo de escolha de um nome para o animal - a mãe chama-se Kati Rain e o pai, Ajabu, os dois com seis anos de idade. Chegaram a Saint Louis em 2007 vindos do Kansas e da Califórnia.

Veterinários fazem inseminação artificial em rinoceronte na França

Animal de 11 anos recebeu sêmen nesta segunda-feira (28). Procedimento foi feito por veterinários alemães.

Rinoceronte inseminação 1 (Foto: Jean-Christophe Verhaegen / AFP Photo)
A rinoceronte Tswane sendo inseminada nesta segunda-feira (28) no zoológico de Armneville, na França, por dois veterinários alemães (Foto: Jean-Christophe / AFP)

Uma rinocente fêmea recebeu uma inseminação artificial em Amneville, na França, nesta segunda-feira (28). Atendido por dois veterinários alemães especializados na técnica para introduzir sêmen, o animal se chama Tswanee e tem 11 anos de idade.

O esperma usado no procedimento veio de um zoológico na cidade de Beauval e foi transportado de avião na manhã desta segunda-feira, logo após ser coletado. A rapidez para levar o material aumenta as chances de fertilização da rinoceronte.
No passado, apenas seis operações deste tipo tiveram sucesso em rinocerontes. Antes da inseminação, o material a ser inserido na rinoceronte foi analisado em microscópio pelo especialista Robert Hermes.


terça-feira, 29 de março de 2011

20º Congresso de Biólogos do CRBIO-01

O 20º Congresso de Biólogos do CRBIO-01 será realizado no Centro de Convenções do Pantanal de Corumbá e na UFMS/Campus do Pantanal, de 17 a 20 de julho de 2011.

O formulário para as inscrições e apresentação dos trabalhos, assim como a programação dos Mini-cursos e Cursos de Atualizações, estarão disponíveis no portal do CRBIO-01 a partir de 10 de fevererio de 2011.


Inscrições no 20º congresso


Graduandos em Ciencias Biologicas
100,00
Profissionais registrdos no Crbio
140,00
Outros
200,00
Mini -cursos
20,00
Cursos de Atualização
40,00


Fonte: CRBIO-01

Estudo diz que falta de água pode atingir mais de 1 bilhão em 2050

Mais de 1 bilhão de pessoas enfrentarão uma grave escassez de água em 2050 na medida em que o aquecimento global piorar os efeitos da urbanização, indicou um estudo nesta segunda-feira.

A escassez ameaça o saneamento em algumas das cidades de mais rápido crescimento no mundo, particularmente na Índia, mas também representa riscos para a vida silvestre caso as cidades bombeiem água de fora, afirma o artigo publicado nas Atas da Academia Nacional de Ciências (PNAS).

O estudo concluiu que, se continuarem as atuais tendências de urbanização, em meados deste século em torno de 990 milhões de moradores de cidades viverão com menos de 100 litros diários de água cada um - mais ou menos a quantidade necessária para encher uma banheira -, quantidade que segundo os autores é a mínima necessária.

Além disso, mais 100 milhões de pessoas não terão água para beber, cozinhar, limpar, tomar banho e ir ao banheiro.

"Não tomem os números como um destino. São o sinal de um desafio", disse o principal autor do estudo, Rob McDonald, do grupo privado ambiental The Nature Conservancy (conservação de recursos naturais), com sede em Washington.

Atualmente, cerca de 150 milhões de pessoas estão abaixo do patamar dos 100 litros de uso diário. A casa de um americano médio gasta 376 litros por dia por pessoa, apesar de o uso real variar dependendo da região, disse McDonald.

Mas o mundo está experimentando mudanças sem precedentes no nível urbano, à medida que as populações rurais de Índia, China e outras nações em desenvolvimento mudam-se para as cidades.

As seis maiores cidades da Índia - Mumbai, Delhi, Kolkata, Bangalore, Chennai e Hyderabad - estão entre as cidades mais afetadas pela escassez de água. O estudo prevê que 119 milhões de pessoas não terão água suficiente até 2050 apenas nas planícies e no delta do rio Ganges.

A África Ocidental também enfrentará escassez em cidades como Lagos, na Nigéria, e Cotonu, em Benin, segundo o estudo. Outras cidades que sofrerão o impacto são Manila (Filipinas), Pequim (China), Lahore (Paquistão) e Teerã (Irã).


segunda-feira, 28 de março de 2011

Harpia e a conservação do Pantanal

Harpia femea encontrada no Pantanal: elas podem chegar a 90 cm  e pesar 90 kg (Foto: Flavio Kulaif Ubaid)


Campo Grande (MS) - Artigo publicado este mês na Revista Brasileira de Ornitologia relata o primeiro registro de harpia (Harpia harpyja) na planície pantaneira. O relato de caso é de suma importância para a conservação da espécie, uma vez que sua presença, nidificação e reprodução indicam alta produtividade do habitat. ((o))eco já havia divulgado em primeira mão, em 2009, a descoberta do ninho ativo que gerou o estudo.

O artigo científico, entitulado “Primeiro registro de Harpia harpyja para o bioma Pantanal, com dados sobre atividade reprodutiva” é de autoria de Flávio Kulaif Ubaid, doutorando em zoologia do Instituto de Biociências da UNESP Botucatu; Luciana Pinheiro Ferreira, bióloga mestranda da UNIDERP; Samuel Borges de Oliveira Júnior, doutorando em Ecologia e Recursos Naturais da Universidade Federal de São Carlos; e do ornitólogo Paulo de Tarso Zuquim Antas, que desenvolve pesquisas na região desde 1978.

A harpia (Harpia harpyja), conhecida também por gavião-real, está no topo da cadeia alimentar e é uma das maiores e mais fortes águias do mundo, alimentando-se de macacos-prego, cutias, preguiças e filhotes de cervos, entre outros pequenos mamíferos. Sua plumagem é cinza-azulada e ostenta um belo cocar sobre a cabeça, além de um disco facial que contribui com sua audição. Tem um bico enviesado para baixo e fortes garras com unhas que medem até sete centímetros, garantindo a captura de presas sem interromper o voo.

O macho possui em média 60 cm de altura e pesa até seis quilos, já a fêmea possui 90 cm de altura e pode pesar até nove quilos, com envergadura de asa chegando a dois metros. Os ninhos são construídos com pilhas de galhos em árvores altas. A fêmea põe dois ovos entre setembro e novembro, mas geralmente só um filhote sobrevive. A maturidade sexual e a plumagem adulta ocorrem somente aos cinco anos de idade. Esses animais podem chegar a uma longevidade de 40 anos.

Ninho localizado no Pantanal: a femea e seu filhote  

No Brasil, além de ser encontrada na floresta amazônica, a harpia era comum na Mata Atlântica e no Cerrado, mas por ser extremamente vulnerável às perdas de habitat, já é considerada ameaçada de extinção no Espírito Santo, São Paulo e Rio Grande do Sul. A ave não consta na lista de espécies sob risco de extinção do Ibama porque supõe-se que haja muitos indivíduos na Amazônia. Porém, nos outros biomas brasileiros, os registros são escassos.

As ocorrências mais próximas ao Pantanal foram registradas na Serra da Bodoquena, em Mato Grosso do Sul, a cerca de 70 km do Pantanal Norte, no sopé da Serra Ricardo Franco e no Parque Estadual do Cristalino, em Mato Grosso.

A área do estudo relatado no artigo localiza-se no Pantanal Norte, no município de Barão de Melgaço, Mato Grosso, a menos de 11 quilômetros da RPPN SESC Pantanal, uma das maiores unidades de conservação do Pantanal. As observações totalizaram 73 horas ao longo de 13 dias e foram realizadas coletas de restos de presas encontrados no solo para conhecimento dos hábitos alimentares da espécie. Quanto ao comportamento, os pesquisadores notaram um indivíduo adulto, possivelmente uma fêmea, e um filhote, cujo tempo de vida foi estimado entre 60 e 90 dias. O macho realizava visitas esporádicas, normalmente para levar alimento, e comunicava-se com a fêmea com gritos de longo alcance.

O ninho foi construído a 25 metros de altura, no topo de um cambará (Vochysia divergens Pohl), espécie nativa do Pantanal, morto por um incêndio em 2008, que manteve-se em pé. A árvore do ninho fica próxima de um caminho utilizado por moradores locais para acesso ao rio Cuiabá. Relatos de moradores da região indicam que o ninho já existia antes do incêndio, evidenciando que o casal tolerou esse processo de interferência. Em agosto de 2009, ocasião uma forte ventania derrubou o ninho, ocasionando a morte do filhote. Posteriormente, um novo ninho foi localizado, distante cerca de 2,6 km do ninho anterior, e a fêmea já estava efetuando a incubação.

Ambiente saudável

Cambarazal onde o gavião-real fez o seu ninho(Foto: Flavio Kulaif Ubaid)


Paulo de Tarso, que é um dos mais conhecidos e experientes ornitólogos do país, tendo sido o responsável pela organização, estabelecimento e funcionamento do Centro Nacional de Pesquisa para a Conservação de Aves Silvestres (Cemave) do Ibama, e co-autor do estudo, explica que não há estimativa populacional da espécie no Brasil: “A ameaça de extinção está baseada principalmente na redução do seu habitat principal, as matas mais densas. Como é uma espécie de topo de cadeia, necessita de ambientes produtivos para ter populações de presas capazes de mantê-la. Os efeitos de ação humana sobre o ambiente afetam as suas presas, diminuindo as populações e tornando-a ainda mais rarefeita do que já é naturalmente”.


Segundo ele, a presença do animal ali demonstra que o ambiente está com sua produtividade bem preservada e os processos fundamentais da vida no local estão funcionais. "Um predador, apesar de transmitir essa ideia de força por seu tamanho e poder, na verdade, é o elo mais fraco da cadeia alimentar. Se diminuem suas presas, o predador é imediatamente afetado, enquanto muitas de suas presas reduzem populações, mas não desaparecem do local”, reitera.

Segundo o estudo, o registro do gavião-real nesse cenário é de extrema importância para a conservação da espécie, pois não havia registros para aquela área. Alguns fatores configuram o local como potencialmente estratégico para a conservação do gavião-real na planície pantaneira e no estado de Mato Grosso, como a proximidade à unidade de conservação, a presença de extensos cambarazais, ótimos para ocorrência e nidificação do gavião-real, e a observação de animais como bugios, veados, aves de maior porte e répteis, presas da harpia.

O próximo passo é o desenvolvimento de medidas específicas de monitoramento visando gerar conhecimento básico sobre a biologia e ecologia da espécie na planície pantaneira, avaliando aspectos populacionais, área de vida e dieta. Trabalhos de monitoramento vêm sendo conduzidos no local, a fim de avaliar os aspectos básicos da biologia do gavião-real nessa porção do Pantanal.

Desconhecimento popular

A ave é um tanto desconhecida pela maioria do povo brasileiro, que muitas vezes utiliza-se de águias comuns em outros países para simbolizar força e determinação de suas instituições e corporações através de símbolos e logomarcas.

Mas na mitologia indígena, o gavião-real tem grande representatividade, sendo importante para vários grupos, principalmente os do tronco lingüístico Tupi. Veja explicação de Paulo de Tarso.

“Por sua precisão na caça e força, há a tentativa de transpor essas qualidades para artefatos utilizados pelos índios. Muitas tribos mantinham harpias, chamadas de uiraçu, capturadas como filhotes e criadas em grandes gaiolas de cipó no meio da aldeia. As penas eram usadas na arte plumária e nas flechas. O grupo Suruí, do norte de Mato Grosso e sudeste de Rondônia, produzia flechas com penas da ave somente quando queria matar uma pessoa ou a onça, transferindo mitologicamente a força e o poder de morte da harpia para a flecha. Pelo tamanho da ave, quem já a presenciou viva na natureza fica impressionado, vindo daí lendas e mitos em todos os grupos humanos com raízes nas matas.”

Novos cenários

Para os autores, na fase atual de conhecimento, acompanhar o ninho e verificar sua evolução equivale a galgar mais um degrau no âmbito das pesquisas referentes à espécie, pois através de execução de projetos de monitoramento que visem a conservação da espécie surgem novas possibilidades para reforçar o desenvolvimento sustentável da região. 

“A principal contribuição de nosso estudo é expandir a área de ocorrência conhecida e a detecção na planície pantaneira. A possibilidade da ave existir em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural, como é a RPPN do SESC, garante uma parcela do ambiente necessário de sustentação futura dessas aves na região. Simultaneamente existe um programa de pesquisas na RPPN capaz de produzir conhecimento sobre essa ave nas condições locais de ambiente, permitindo análises comparativas com áreas da Amazônia, outras partes do Centro-Oeste e da Mata Atlântica", dia Paulo de Tarso. Como nesse último bioma estão as populações mais ameaçadas da espécie, o conhecimento adquirido possibilita o planejamento de ações de conservação mais efetivas para sua permanência nos estados onde hoje está ameaçada, ajudando a manter ambientes ecologicamente saudáveis.

De acordo com o ornitólogo, a existência desta ave demonstra a necessidade de um número maior de pesquisas, já que embora existam vários trabalhos na planície pantaneira, o fato de encontrar-se a maior ave de rapina no Pantanal é testemunho de lacunas de conhecimento. Ele ainda observa que que uma ave dessas é um atrativo por si só para o ecoturismo, trazendo recursos financeiros pelos turistas vinculados à observação de aves. "Um programa bem elaborado, pode internalizar essa riqueza associada às populações humanas locais”, finaliza.

Fonte: ((O)) eco

Pássaros apreendidos em SP são levados para zoológico

Tucano toco  Ramphastos toco

Os pássaros silvestres apreendidos na manhã deste domingo na zona leste de São Paulo foram levados para o zoológico, na Água Funda (zona sul).
Os animais foram localizados pela Polícia Militar. Por volta das 7h, policiais desconfiaram de um homem que carregava uma sacola na rua Arlindo Colaço, em São Miguel Paulista, e o abordaram.

Na sacola do suspeito foram encontradas pequenas gaiolas e caixas de papelão, onde estavam 67 pássaros: um tucano, dois galos-da-campina, dois azulões, dois sabiás-coleiras, dois sabiás-pretos e pixoxós.

Segundo a PM, o motoboy de 28 anos disse que capturou os bichos na mata e que pretendia vendê-los em São Paulo, em uma "feira do rolo". O tucano valeria cerca de R$ 100, o galo-da-campina, R$ 50, e os pixoxós valeriam entre R$ 10 e R$ 20.

O suspeito foi detido e encaminhado à Delegacia de Crime Contra os Animais.
O homem e os pássaros foram levados ao DPPC (Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania), onde foi elaborado um termo circunstanciado com base na Lei de Crimes Ambientais.

Após assumir o compromisso de comparecer ao Juizado Especial Criminal, o motoboy foi liberado.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Filhotes raros de hiena de espécie ameaçada são resgatados no Quênia

Animais se recuperam em zoológico após serem resgatados há cerca de um mês. Estima-se que existam entre 5 mil e 14 mil exemplares da espécie no mundo.

hiena (Foto: Tony Karumba/ AFP)

Três filhotes de hiena listrada da espécie Hyaena hyaena, considerada rara e ameaçada, foram resgatados há cerca de um mês e se recuperavam nesta quinta-feira (24) no Serviço de Vida Selvagem de Nairobi, no Quênia. Estima-se que no mundo existam de 5 mil a 14 mil indivíduos da espécie. (Foto: Tony Karumba/ AFP)

hiena (Foto: Tony Karumba/ AFP)

A espécie é originária de regiões no norte do continente africano e considerada ameaçada na maior dos países que habita, menos no Quênia e na Etiópia, onde seu risco de extinção é considerado 'baixo'. A população do animal no mundo pode ser reduzida em mais 10% nas próximas três gerações. A hiena é caçada por meio de envenenamento, armadilhas ou cães treinados. (Foto: Tony Karumba/ AFP)

quarta-feira, 23 de março de 2011

Associações unem-se para resgatar animais afetados pelo terremoto do Japão

Centro de Refúgio Animal de Kansai, no Japão, está a desenvolver esforços para acolher os muitos animais que ficaram feridos e traumatizados na por conseqüência do forte abalo sísmico que afetou o país na sexta-feira. No último grande terremoto sentido no Japão, no dia 17 de Janeiro de 1995, esta associação acolheu perto de 600 animais, a maioria, cães e gatos, mas também aves e coelhos. Neste momento, estão a ser construídos abrigos de emergência, enquanto os voluntários procuram a melhor forma de chegar à região de Tohoku/Sendai, as mais afetadas pela catástrofe. Dadas as dificuldades de circulação nas estradas, provavelmente, os animais serão transportados para Osaka por helicóptero.

  
Várias associações japonesas de proteção animal estão a pedir apoios financeiros para poderem começar as operações de resgate e tratamento dos animais que foram atingidos pela catástrofe, bem como o apoio de organismos internacionais para que possam ajudar no tratamento veterinário do mesmo. Foi criado um fundo de apoio ao resgate de animais pelas associações HEART-Tokushima,Animal Garden Niigata e Japan Cat Network.


Entretanto, a imagem de um urso panda assustado agarrado às pernas de um polícia, num jardim zoológico japonês, tem comovido o mundo, por mostrar o quanto os animais também ficam afetados por este tipo de catástrofe.
Fonte: Os Bichos, postado dia 14/mar/11

Ave mais idosa do Havaí sobrevive a tsunami e volta para cuidar de filhote

ave (Foto: US Geological Survey/ AP)
Milhares de albatrozes e de aves marinhas de espécies ameaçadas da reserva natural do noroeste do Havai morreram na sequência do tsunami que, na sexta-feira, varreu o Japão. O atol de Midway é um santuário para dois milhões de aves, explica a BBC. O único sobrevivente desta catástrofe parace ser Wisdom, um albatroz com cerca de 60 anos, a ave mais velha de qe há conhecimento nos Estados Unidos.

O Departamento americano de Pesca e Vida Selvagem informou que cerca de mil exemplares adultos e juvenis de albatroz-de-Laysan morreram quando o tsunami de sexta-feira atingiu aquele que é o atol de corais mais remoto do planeta. Dezenas de milhar de crias também morreram.

Ondas com cerca de 1,5 metros de altura chegaram ao atol à meia-noite do dia 10 e continuaram nas horas seguintes. A água atingiu cerca de 60% do território e inundou cerca de 150 hectares da reserva natural. Os habitantes foram alertados com cerca de quatro horas de antecedência, pelo que puderam tomar precauções a tempo.

Um filho de albatroz de cauda curta foi encontrado ileso a cerca de 35 metros da costa, depois de o seu ninho ter sido arrastado. Milhares de freiras de Bonin (Pterodroma hypoleuca) foram literalmente enterradas vivas.

Milhares de peixes mortos foram também encontrados na Ilha de Páscoa. Duas tartarugas verdes foram resgatadas vivas.

Fonte: Os Bichos

terça-feira, 22 de março de 2011

A caminho de uma extinção em massa?

Com base em dados fósseis e atuais sobre o desaparecimento de espécies, pesquisadores sugerem que, nos próximos séculos, vivenciaremos a sexta grande extinção no nosso planeta, caso medidas de conservação não sejam adotadas.

A caminho de uma extinção em massa?


Desde o seu surgimento, a Terra já passou por cinco eventos de extinção em massa, em que mais de 75% de sua diversidade biológica desapareceram. (foto: Julia Starr/ Sxc.hu)
Um dos assuntos mais discutidos pela sociedade e que têm muito espaço na mídia é a questão das extinções causadas pela ação do homem no meio ambiente. Aquecimento global, poluição e desmatamento são alguns dos fatores que, segundo especialistas, estão levando ao desaparecimento de muitas espécies do nosso planeta. E o pior: grande parte dessa biodiversidade nem chega a ser conhecida, pois se extingue antes mesmo de ser documentada.

"Aquecimento global, poluição e desmatamento são alguns dos fatores que estão levando ao desaparecimento de muitas espécies do nosso planeta"

Mas qual é a gravidade desse problema? Estaríamos nos dirigindo para mais uma extinção em massa? Em busca de respostas para essas perguntas, um grupo de doze pesquisadores liderado por Anthony Barnosky, da Universidade da Califórnia, em Berkeley (Estados Unidos), procurou estabelecer parâmetros e fornecer dados mais concretos acerca desse tema que causa bastante controvérsia.

Com base em fósseis e dados sobre a biodiversidade disponíveis na União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), eles realizaram inferências e comparações de taxas de extinção de espécies atuais e do passado. O estudo acaba de ser publicado pela prestigiosa Nature e mostra que o assunto requer atenção imediata dos nossos governantes.

Os cinco grandes eventos de extinção

Pode parecer estranho aos leitores, mas extinções são processos naturais. Desde o surgimento da vida no nosso planeta – ocorrido em torno de 3,8 bilhões de anos atrás –, existe uma documentação extensa proveniente dos fósseis que demonstra que organismos surgem e desaparecem com o passar do tempo geológico.

O que chama a atenção é quando os eventos de surgimento de novas espécies (especiação) e extinção das já existentes estão em desequilíbrio. Nesses casos, durante um curto intervalo de tempo geológico (no máximo alguns milhões de anos), o número de espécies extintas é bem superior ao de espécies que surgem.

Nos últimos 540 milhões de anos, período cujo registro fóssil é mais bem conhecido, houve apenas cinco episódios em que mais de 75% de toda a diversidade biológica da Terra desapareceram. Por sua magnitude, esses eventos são chamados de extinção em massa.

O primeiro desses eventos ocorreu no final do Ordoviciano, mais especificamente há cerca de 443 milhões de anos. Nesse tempo geológico, a vida se confinava nos mares, que abrigavam diversas espécies de artrópodes, como os trilobitas. Entre os vertebrados, predominavam peixes denominados ostracodermas, que possuíam uma extensa armadura óssea. Segundo a pesquisa de Barnosky e colaboradores, em menos de 2 milhões de anos, 86% de todas as espécies foram extintas.

Trilobitas


O primeiro grande evento de extinção no nosso planeta ocorreu há cerca de 443 milhões de anos. Naquela época, a vida se confinava nos mares, que abrigavam diversas espécies de artrópodes, como os trilobitas. (ilustração: Heinrich Harder/ The Wonderful Paleo Art of Heinrich Harder/ Wikimedia Commons)
Outra grande extinção ocorreu ao final do Devoniano, aproximadamente 359 milhões de anos atrás. Apesar do amplo predomínio de formas marinhas, durante esse período geológico estava ocorrendo a conquista da terra firme – não apenas por plantas, mas também por vertebrados como o Tiktaalik roseae. Estima-se que 75% das espécies tenham sido extintas em cerca de 27 milhões de anos.

"O maior episódio de extinção de todos os tempos, no qual 96% das espécies desapareceram, terminou em torno de 251 milhões de anos atrás"

O maior episódio de extinção de todos os tempos terminou em torno de 251 milhões de anos atrás. Trata-se do evento Permiano, no qual 96% (!) das espécies desapareceram. Durante esse tempo, o planeta abrigava répteis marinhos, como os mesossauros, e as plantas já dominavam a terra firme. Vertebrados terrestres, como Dimetrodon(carnívoro) Edaphosaurus (herbívoro), também habitavam a Terra, mas não sobreviveram a esse evento de extinção em massa que durou quase 8 milhões de anos.

A quarta ‘megaextinção’ ocorreu após um espaço de tempo menor: no fim do período Triássico, aproximadamente 200 milhões de anos atrás. Cerca de 80% das espécies foram extintas, incluindo diversas plantas e os rincossauros – répteis herbívoros de aparência bizarra. Isso tudo em menos de 8 milhões de anos.

O último desses grandes eventos de extinção em massa – e também o mais famoso – ocorreu no final do Cretáceo, há cerca de 65 milhões de anos. Foi nesse episódio que desapareceram a maioria dos dinossauros (apenas as aves sobreviveram) e outros animais populares como os pterossauros. Em menos de 2,5 milhões de anos, 76% das espécies se extinguiram.

Dinossauros e pterossauros


Os dinossauros e os pterossauros desapareceram da Terra há cerca de 65 milhões de anos, no último e mais famoso episódio de extinção em massa. (foto: Wikimedia Commons)

Técnicas de comparação

Após analisar e compilar dados sobre os cinco eventos de extinção em massa, Barnosky e colaboradores se dedicaram a uma forma de comparar o que está ocorrendo nos dias de hoje com o que ocorreu há milhões de anos. Como todos podem imaginar, essa não é uma tarefa fácil, devido às limitações impostas particularmente pelos dados paleontológicos.

Primeiro, o registro fóssil é muito incompleto, tanto do ponto de vista do material encontrado como da diversidade de organismos preservados. Fósseis de animais voadores, por exemplo, tendem a ser raros. O mesmo ocorre com formas que vivem em áreas montanhosas, que não reúnem boas condições para fossilização.

Há também questões relacionadas à taxonomia. Em paleontologia, a identificação de uma espécie está diretamente vinculada a sua morfologia, diferentemente do que ocorre com os estudos genéticos, que, por vezes, são a base para a separação de espécies que têm forma semelhante. Isso significa que a diversidade apontada pelos fósseis pode ser maior do que a reconhecida pelos cientistas.

Existem ainda problemas com relação aos dados disponíveis sobre a biodiversidade atual. Na lista da IUCN, de 1,9 milhão de espécies conhecidas, menos de 3% foram avaliadas com relação ao seu risco de extinção.

Lobo-da-tasmânia


Entre as espécies consideradas extintas na lista vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza está o lobo-da-tasmânia (‘Thylacinus cynocephalus’), marsupial nativo da Austrália e Nova Guiné. O último exemplar morreu em um zoológico australiano em 1936. (foto: E.J. Keller/ Smithsonian Institution archives)
Mas o principal obstáculo está ligado ao tempo. Hoje em dia falamos em uma escala de séculos ou de alguns milhares de anos. Já na paleontologia as dimensões são muito diferentes – fala-se em milhões de anos, que podem ser considerados “um piscar de olhos” em termos de tempo geológico.

Mesmo ciente dessas limitações, a equipe de Barnosky procurou realizar inferências sobre taxas de extinção com base em grupos de organismos que têm tanto formas fósseis como recentes. Entre os dados utilizados, os pesquisadores se valeram muito das informações existentes sobre mamíferos e procuraram extrapolá-las para supor o que ocorreria daqui a alguns milhões de anos.

Claro que existem erros que podem ser introduzidos nesse procedimento, já que ninguém sabe se as taxas de extinção são constantes ao longo do tempo (muito provavelmente, não).

"Ainda não estamos com taxas de extinção semelhantes às dos cinco eventos de extinção em massa conhecidos"

Como fonte de dados das espécies recentes, eles usaram a lista apresentada pela IUCN, em que as espécies estão divididas em: extintas, extintas na natureza, em perigo crítico, em perigo, vulneráveis, quase ameaçadas, pouco preocupantes ou com dados insuficientes para classificação.

O resultado desse estudo publicado naNature aponta que, apesar do que se apresenta, ainda não estamos com taxas de extinção semelhantes às dos cinco eventos de extinção em massa conhecidos, em que pelo menos 75% das espécies do planeta foram extintas.

Mas, se forem consideradas todas as espécies classificadas como ‘ameaçadas’ na lista da IUCN, em alguns séculos poderemos estar caminhando a passos largos para o sexto evento de extinção em massa na Terra. Ou seja, segundo os autores, ainda existe tempo para a introdução de medidas de conservação efetivas que possam evitar essa tragédia.

Por: Alexander Kellner / Museu Nacional/UFRJ